quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Por Trás da Máscara: Mulher Maravilha.

      Todos sabem que as melhores idéias surgem de conversas aleatórias, na maioria das vezes em bares. Estava eu, redatora do ExtraExtra em uma fervorosa discussão sobre quadrinhos com um grande amigo, levemente bêbados(levemente?aham,sei. nota do editor). Falamos das estratégias cinematográficas da Marvel e sobre a DC estar tentando se manter firme nos quadrinhos apesar das falhas dos Novos 52.
      Quando falamos de discussões sobre quadrinhos, é impossível não comentar sobre o filme que mais fez alvoroço nos últimos tempos, Batman v Superman, e antes mesmo de você terminar de pronunciar o título desse filme você já escolhe um lado nessa disputa.
       Então ele me disse que o Superman não é mais um herói em quem o público se inspira e que o novo carro chefe da DC Comics é o Batman. Até aí tudo bem, mas então começamos a conversar sobre arcos dos personagens e sobre porque as pessoas preferem o Batman... Decidi expor os motivos de eu ser "Team Superman", ao que ele se revelou surpreso por não conhecer a história de como o personagem foi criado. 
        Vocês devem estar se perguntando porque eu estou dando uma introdução tão gigantesca, então, foi durante essa conversa que eu decidi criar uma nova coluna aqui no ExtraExtra, vamos falar sobre o contexto em que alguns super heróis foram criados e quais os ideais que esses super heróis representam; e o nome dessa coluna se chamará "Por Trás da Máscara"
       Claro que nem todos os personagens usam máscaras, bom não literalmente, mas a maioria deles possuem super egos para se "esconderem". Gostaram da ideia?

    O primeiro personagem a ser mencionado aqui será a Mulher Maravilha, ou Diana Prince. Escolhemos ela pelo grande sucesso que a personagem fez nos Novos 52, o que reformulou não só o conceito da heroína, como também o conceito da Tribo das Amazonas em si.


     WW (Wonder Woman) é uma personagem complexa. Ela foi criada pelo psicologo americano William Moulton Marston ou também conhecido pelo seu pseudônimo Charles Moulton. Charles era casado com sua esposa e os dois vivam uma vida de poligamia com uma outra mulher, namorada do casal. Da união da personalidade e atributos físicos dessas duas mulheres surgiu a idéia da Mulher Maravilha.
     Charles sempre foi um defensor de histórias em quadrinhos, como psicologo, ele reconhecia o potencial educacional que existia nesse formado de escrita. Moulton se via como um teórico feminista e decidiu criar uma super heroína em uma época onde o mercado vivia de homens fortes como Batman, Lanterna Verde e Superman.
       Para aqueles que acham o "laço da verdade" uma arma mítica, saibam que o criador deste objeto foi o primeiro cientista a iniciar as pesquisas de uma máquina para detectar mentiras, em 1913 Moulton criou um teste de pressão sanguínea sistólica, método que serviria como base para o que hoje conhecemos como polígrafo.
       Em 1941 Moulton decidiu criar uma personagem para solidificar o simbolo feminista da época, ele escreveu "a Mulher-Maravilha é a propaganda psicológica para o novo tipo de mulher que deve governar o mundo".

    O conceito inicial de background da personagem é que sua tribo de Amazonas eram seres quase divinos, e em sua terra, a Ilha Paraíso nasciam apenas mulheres por intervenção dos Deuses que elas cultuavam. As Amazonas clássicas da DC eram imortais, eram guerreiras supremas que raramente precisavam lutar, pois sua sociedade é baseada no amor. 

     Ao longo dos anos os conceitos foram mudando, até chegar nos Novos 52, onde o roteirista Brian Azarello decidiu abordar uma forma mais agressiva de contar a história da Ilha de Temiscira. A Tribo das Amazonas fugiu da Grécia e tomaram um território, que hoje seria perto do Irã, na região da Capadócia, mataram todas as mulheres, tiveram filhos com todos os homens e mataram todos os homens. As crianças que nasciam homens eram dadas ao Deus Hefesto em trocas de suas armas.
    A Mulher Maravilha foi a primeira super heroína da DC Comics, e sua função era representar o poder feminino de cada época. Apesar de sempre representar a mulher contemporânea de seu tempo, sua personalidade não muda. Ela sempre está lutando pelos direitos das mulheres. 
     Por ser um conceito bem conservador, ao longo do tempo ela foi perdendo suas fãs, enquanto outras editoras surgiam com super heroínas mais novas e mais "cool" a Mulher Maravilha foi sendo deixada de lado.
      A DC está tentando recuperar seu lugar no pódio das super heroínas,  elas decidiram finalmente escolher outra representante para a personagem no cinema. Além disso estão se esforçando para conseguir bons escritores e desenhistas para manter Diana com uma boa imagem perante o público para não haver motivos de não simpatizarem com Gal Gadot em seu papel.


2 comentários:

  1. Bom começo de texto, corrido no final.
    Mas adorei.
    Obrigado.
    Você escreve bem.

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    1. Muito obrigada Miguel, tive que correr um pouco mesmo, ou era isso ou spoilers hahaha.

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