terça-feira, 22 de março de 2016

Análise QD: Hawkeye - Minha Vida Como uma Arma.

Hoje na Análise QD resolvemos falar sobre um arco que foi muito comentado no último ano. Quem acompanha formatinho ou lê a versão americana já deve estar familiarizado com ele há algum tempo, mas a Panini disponibilizou o compilado de capa dura este mês para seus leitores então vamos falar sobre ele.

 Gavião Arqueio: Minha Vida Como uma Arma.

Basicamente o encadernado nos conta como é a vida de um dos Vingadores quando ele não está trabalhando para a equipe. Ok, e não é disso que se tratam muitas histórias em quadrinho? O que faz dessa de tão especial?
Nada. Ela não é especial. Ele não é especial, de todos os super heróis que existem ele é o menos especial e essa simplicidade que nos faz cair por  essa história e achar que ela mereceu os prêmios que ganhou. Isso e o cachorro. É claro.
Clint (Clint Barton vulgo Gavião Arqueiro) começa a nos explicar com e difícil ser um humano comum entre seus colegas Deuses, regidos por magiamutantes, com super poderes, armaduras ou dinheiro. Mostra como um cara normal com uma habilidade especial relativamente simples precisa se desdobrar pra sobreviver na Nova York em Agosto.
Quando ouvi a premissa dessa história só consegui pensar "essa seria a história perfeita pra reergue o Homem Aranha". Porque não sei se vocês sabem mas já faz um tempinho que o Aranha está com umas histórias um tanto medíocres demais.  Parece que a editora não sabe o que fazer com o Peter, que ele é o tipo herói estagnado por que ninguém consegue fazer ele crescer bem então sempre têm que ficar voltando ao adolescente para que o público sinta a proximidade com ele,  mas estou apenas divagando isso e conversa pra outra hora.
O fato é, o Homem Aranha ganhou sua fama sendo o Amigão da Vizinhança,  o gente como a gente. E é exatamente isso que Hawkeye nos trás . Mostrar como é difícil ser um super herói,  como a vida fora do grupo perfeito pode ser uma porcaria e outros dramas existenciais. 

Há muito tempo não víamos uma história tão densa e sentimental na Marvel por isso ela chamou a atenção de todos .
Com o roteiro de Matt Fraction e as artes de David Aja e Javier Pulido "Minha vida como uma arma" nos conta uma simples semana (?) na vida de Clint e sua parceira Kate Bishop, mostra um pouco de como funciona a cabeça dele e o que ele realmente pensa sobre tudo a seu redor. Não sou uma conhecedora nata de Gavião Arqueiro, mas depois dessa história eu com certeza me interessei por ele. Além da história principal, aqui descobrimos (quem ainda não sabia, eu) um pouco do passado de Clint e Kate. Clint é um órfão que acaba indo morar com o circo, ali ele aprende a arremessar facas, flechas e mais qualquer coisa pontuda que possa chamar atenção do publico, e mais importante, ali ele aprende a entrar no mundo do crime. Não é segredo que os americanos tem um certo preconceito com grupos nômades, olhem os ciganos ai por exemplo; e isso não foi muito diferente no circo, sempre vendo aquelas pessoas como excêntricos. Enfim, no circo, Clint aprendeu muito mais do que suas habilidades heroicas, inclusive aprender varias não heroicas também. Nos é apresentado a visão dele sobre Kate Bishop, ele diz que ela assumiu um tempo o manto de Gavião quando ele esteve por aí "ocupado se vestindo de ninja". Fala sobre como ela parece uma criança de nove anos e mimada até o ultimo fio de cabelo e ainda assim consegue ser a arqueira mais talentosa que ele conhece e sobre como isso a torna maravilhosa. (Sim a imagem está torta, sim foi a única que eu consegui e sim, eu procurei outras)

O teor sentimental dessa HQ esta em cada fala de Clint, a gente sente aquela sensação de "a vida desse cara esta mais fodida que a minha, vou continuar lendo". Cada edição (nesse encadernado vemos 5) conta um fato da vida de clint, é uma coletanea de pequenos arcos que forma um arco maior.
 A revista foi uma das grandes sensações da Marvel Now, mas eu não consigo parar de me questionar sobre isso, porque mesmo que não existam cenas propriamente ditas de sexo, a malícia e violência são bastante presentes nas edições, você vê o lado cru do ser humano quando pode optar por não machucar alguém mas mesmo assim o faz. Isso me deixou receosa quanto a faixa etária, na minha humilde opinião eu levaria esta aqui para o selo Max. Mas talvez seja isso que acontece quando um exímio fã da DC se depara com uma história da Marvel, só aumenta a lista de diferença entre as editoras, e isso é espetacular. É o que nos mostra que o publico não é necessariamente o mesmo entre Lanterna Verde e Hawkeye embora possa ser, não estou dizendo que é impossível alguém gostar dos dois. Eu aposto que vocês me entenderam.

A forma como Matt planeja o jeito criativo de começar cada edição nos faz sorrir a medida que cada uma comece. E todas começam da mesma forma "Tá legal... Isso parece ruim" e logo depois uma idéia estúpida que vai te fazer querer sorrir e nunca mais largar essa HQ.
A disposição da página é muito bem composta, e mesmo que o desenhista mude ao longo das edições os traços de ambos podem ser categorizados como parecidos, realmente notamos que não é apenas o roteiro que faz esse arco, muito vem desse traço irregular e não detalhado, isso casa completamente com o nível de descompromisso que o Gavião e Kate tem consigo.  É uma HQ que com certeza terei orgulho de dizer que faz parte da minha coleção.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário